quarta-feira, julho 12, 2006

Reflexões temáticas...

E podemos iniciar aqui aquele documento que existiu sempre em qualquer um dos computadores que já me passaram pelas mãos, ou, antes desse tempo, por qualquer caderno foleiro que me passou pelas mãos. Aquele documento que até existe temporariamente no sítio onde tenho que trabalhar todos os dias… o mítico diário de bordo que insisto em escrever. Um registo estranho de uma vida pacata, que pouco tem para acrescentar, mas que por algum estranho motivo fascina os outros a quem conto as vagarosas novidades (talvez por ser a de um estranho e não a sua própria).

É neste sítio que faço ‘aqueles’ registos (os tais), aquelas reflexões que em muita gente parecem sábias e que a mim me dão uma vergonha tão grande que só as consigo fazer aqui. Com forma de desabafo surdo e que é gostoso porque só tem som na minha cabeça vazia e que mesmo nela se faz baixinho em tom de sussurro e com sorrisinho malandro de vergonha. Aqui posso falar naquelas coisas estranhas que não podem ser lidas em alto porque anexam o fardo pesado da censura moral ou da não concordância geral.

Reflexões temáticas...

Tão típicas de tantos blogs, mas para mim uma coisa estranhíssima que eu adoraria fazer com a mesma desenvoltura que os autores dos ditos. Eu só me aproximo disso na questão do tema, mas a verdade é que normalmente não consigo chegar a conclusões com um certo humor. Fico normalmente naquela situação, mais do que normal, do pensar por pensar.


Preocupo-me com as conjugações de palavras mais harmoniosas, ou seja, organizo os pensamentos com palavras mais elaboradas ou que me parecem na altura mais esclarecedoras mas sem chegar a lado nenhum (e isto apenas no plano das tentativas, visto que talvez seja demasiado ambicioso falar aqui de harmonias). E isto causa-me estranheza e, sem querer usar a palavras mais brusca, mas tendo necessariamente que o fazer, sinto ciúme daqueles que chegam facilmente a conclusões sobre os temas escolhidos e esclarecem aí as suas dúvidas. Devo confessar que sempre ambicionei isto. Isto de chegar a algum lado. Durante alguns anos acreditei que o fazia escrevendo, mas agora que leio o que foi escrito devo dizer que essa clareza mental que me dominava depois de escrever, se devia única e simplesmente ao facto de ficar absolutamente relaxada e calma… porque conclusão, conclusão agora vejo que não há!!!

Porque se, em tom de desespero, busco em textos antigos o que escrevi, não me esclarecem em nada, e não são os manuais lindos e maravilhosos que me parecia a mim que estava a escrever, enquanto o fazia. E olho para estes blogs e penso, ‘esta gente está safa’. Estes senhores sim!, sabem o que fazer para prevenir situações futuras, não são como eu que registam sem parar, eles tiram conclusões para poder alcançar algo, são científicos na sua vida… eu não! Pelos vistos sou apenas uma idiota que vive, dando força ao lado esquerdo, que contém menos razão, e que depois escreve, escreve, sem objectivo no registo e apenas para saborear novamente a emoção.

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